Prestador de cuidados a um familiar vs prestação de cuidados profissionais
Em Portugal, a família é a unidade básica de suporte a todos aqueles que necessitam de cuidados, quer sejam crianças, adolescentes, adultos ou idosos.
A tradição cultural portuguesa atribui à família, principalmente aos membros do sexo feminino, a responsabilidade de prestar cuidados, nomeadamente a prestação de cuidados aos mais velhos. Prestar cuidados a alguém é uma extensão dos papéis normais da família, que não é reconhecida legalmente e é encarada como uma “obrigação” familiar.
Na nossa sociedade institucionalizar um idoso é frequentemente interpretado como demonstração de desinteresse ou abandono.
A prestação de cuidados por profissionais ou a prestação de cuidados a um familiar mais velho, tem vindo a ser recorrente, dado o envelhecimento da população portuguesa. A prestação de cuidados profissionais é uma fonte essencial de complementaridade dos cuidados prestados por familiares, contudo, não são um substituto perfeito um do outro.
Os prestadores de cuidados a um familiar mais velho sentem os prestadores de cuidados profissionais como parceiros essenciais, de quem são, de alguma forma, dependentes. A cooperação destes dois cuidadores é vantajosa e essencial para otimizar a prestação de cuidados. A junção dos dois cuidados funciona num mecanismos de autoajuda, aquisição de conhecimentos e experiência.
As vezes é necessários os prestadores de cuidados recorrem a apoios de centros de dia, serviços de apoio domiciliário e centros de convívio. Recorrer a centros de dia e centros de convívio é com o intuito da pessoa mais velha conviver, encontrar amigos, fazer novos amigos e participar em atividades lúdicas. A receção de cuidados do serviço de apoio domiciliário, permite ao idoso que os cuidados sejam realizados em contexto comunitário, possibilitando o envolvimento dos vários membros da família. Na prestação deste, último serviço as relações são de enorme complexidade.
Frequentemente é necessário recorrer à institucionalização do idoso, que marca a saída de casa, podendo ser por um longo ou pequeno período de tempo. A institucionalização de uma pessoa mais velha passa por várias etapas, escolha da residência, adaptação e reintegração.
O recurso à institucionalização é a solução encontrada para melhorar a qualidade de vida de quem recebe cuidados. Esta é uma decisão tomada, tendo por base muitos fatores, sendo os principais relacionados com questões de segurança, solidão e necessidade de cuidados e vigilância permanentemente.
O processo de institucionalização requer um grande período de adaptação, às rotinas, horários e colegas da residência. Esta adaptação é facilitada caso tenha sido uma decisão tomada tendo em conta a opinião e preferência do idoso.
Referências bibliográficas:
Sousa, L., Figueiredo, D, & Cerqueira, M. (20047). Envelhecer em família – os cuidados familiares na velhice. Ambar: Porto.
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